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Neoplasias Urológicas

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O urologista é o responsável pelo diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos tumores urológicos. Esses tumores correspondem aos cânceres de próstata, rins, bexiga, glândula adrenal, testículo e pênis. Cada um deles tem a sua particularidade e é fundamental que o paciente possa conhecer e entender toda a proposta de tratamento.


O CÂNCER DE PRÓSTATA é o mais comum deles. Esse câncer representa o mais frequente entre os homens (após os cânceres de pele não-melanoma) e, ainda hoje, é a segunda neoplasia que mais mata no sexo masculino. Essas informações se repetem em nível mundial e muitas entidades, associações e profissionais não tem medido esforços para combater essa doença. A faixa etária com maior predominância é a dos maiores de 65 anos. Ao contrário do que muitos pensam, essa doença geralmente não apresenta sintomas. Esse é o ponto-chave para as discussões sobre a realização de exames de detecção precoce desse câncer (converse com o seu médico sobre as recomendações mais atuais)! Existe uma variabilidade grande entre as neoplasias de próstata. O câncer de próstata de um conhecido seu pode não ter as mesmas características que o seu câncer de próstata!

Ainda assim, a grande maioria tem um crescimento lento e o percentual de sobrevida em 5 anos ultrapassa 98%, de acordo com dados americanos.

O exame que define o diagnóstico de tumor de próstata é a biópsia. No entanto, por ser um exame invasivo, existem critérios para indica-la. Avaliação médica cuidadosa, o exame de PSA e exames de imagem, quando indicados, são ferramentas importantes nesse cenário. Quando o diagnóstico é definido, torna-se necessário o que chamamos de estadiamento, ou seja, conhecer a extensão e características desse câncer. Juntamos todos esses dados com a avaliação que já fizemos do paciente, para discutir o melhor tratamento. Nesse tópico, as atualizações são constantes. O principal exemplo é o desenvolvimento das CIRURGIAS ROBÓTICAS. As técnicas minimamente invasivas (robótica e videolaparoscopia) propiciam uma recuperação mais rápida, menos dor no pós-operatório, menor taxa de sangramento e mantém os benefícios oncológicos. Além disso, a delicadeza e precisão dos movimentos do robô impacta nos resultados de recuperação funcional. Converse sobre cirurgia, radioterapia, Hi-Fu e vigilância ativa.

O Hi-Fu (High-Intensity Focused Ultrasound) é um tratamento ablativo que destrói o tecido prostático com ondas de ultrassom de alta energia. É feito sob anestesia geral, por meio de um probe colocado por via retal, onde se pode delimitar o local do tratamento. Essa técnica ainda tem indicações muito específicas e é mais utilizada, como tratamento primário, para pacientes mais idosos ou com problemas de saúde que impeçam o tratamento cirúrgico. Outras indicações possíveis do Hi-Fu são o tratamento focal ou o tratamento de resgate.

 

Por fim, alguns casos podem necessitar de tratamento sistêmico, que envolve hormonioterapia, quimioterapia, etc. Fazemos parceria com grandes oncologistas de São Paulo para, juntos, contribuirmos para o melhor cuidado possível.

 

Sobre o CÂNCER RENAL é importante saber que é a oitava causa mais frequente de câncer. Acomete mais homens, principalmente idosos, mas pode ocorrer em qualquer idade e em ambos os sexos. Tumores grandes e em estágio mais avançado podem apresentar dor abdominal, sangramento pela urina (hematúria), além de massa palpável no abdome. No entanto, a maioria desses tumores, atualmente, são encontrados de modo incidental. Muitos pacientes descobrem que tem uma lesão após terem feito uma exame de imagem por algum outro motivo. Lesões grandes e invasivas podem necessitar da retirada total do rim, mas a grande maioria dos casos é passível da realização de uma nefrectomia parcial (retirada somente da lesão). A evolução da cirurgia robótica também contribuiu para a retirada de lesões cada vez mais complexas, preservando o restante normal do rim.

Quando esses tumores encontram-se no estágio metastático, percebemos, de modo muito pujante, o surgimento de várias alternativas de tratamento. Algumas muito recentes, como as imunoterapias e algumas terapias-alvo. Converse com a sua equipe de médicos assistentes para tomar a melhor decisão.

 

O CÂNCER DE BEXIGA tem uma particularidade, pois se relaciona fortemente com o hábito do tabagismo. Homens e idosos são os mais acometidos. Existem os tumores superficiais (cerca de 70%), cujo diagnóstico e tratamento são feitos por um procedimento chamado Ressecção Transuretral da Bexiga (RTU de bexiga), também popularmente chamado “raspagem da bexiga”. Esses tumores costumam ter uma taxa de recidiva alta (cerca de 2/3 deles irão recidivar), além de uma taxa de progressão (virar doença invasiva) em até 20% dos casos de tumores superficiais. Todo paciente com câncer de bexiga deve estar ciente que seu acompanhamento deve ser prolongado e múltiplos procedimentos poderão ser necessários, como avaliações do órgão (cistoscopias) regulares, tratamentos complementares como a aplicação de BCG, além da possível necessidade de múltiplas RTUs. Tumores que não respondem a esses tratamentos ou que invadem a parede da bexiga recebem, habitualmente, a indicação de retirá-la. No homem, a cistectomia é acompanhada da retirada conjunta da próstata e vesículas seminais. Na mulher, realiza-se também a retirada do útero e tubas uterinas. Converse muito bem com o seu médico! Tire todas as suas dúvidas! Muitas pesquisas com novas medicações, principalmente imunoterápicos, estão sendo estudadas.

 

O CÂNCER DE TESTÍCULO é a neoplasia mais comum do homem jovem, embora ocorra menos frequentemente que as comentadas anteriormente. Sua particularidade é que, mesmo num cenário mais avançado, a cura desse câncer é alta, chegando a uma sobrevida de mais de 95% em 10 anos. A maioria dos pacientes notam o aumento de um dos testículos. O tratamento inicial é a orquiectomia (retirada do testículo acometido) e os tratamentos quimioterápicos, quando necessários, estão bem estabelecidos. Deve-se ter um cuidado adicional aqueles homens com acompanhamento por infertilidade, histórico familiar do tumor e história de testículo não-descido. Um outro ponto a ser discutido é encaminhar esses pacientes para banco de sêmen, pois muitos ainda não tem filhos e esses tratamentos são causas potenciais de infertilidade.

 

O CÂNCER DE ADRENAL (ou SUPRARRENAL) é um câncer raro. Essa glândula situa-se acima de cada um dos rins (daí o nome) e é responsável pela produção de vários hormônios, sendo os mais conhecidos os corticóides, uma parte dos hormônios sexuais, adrenalina, noradrenalina, entre outros. Na verdade, a maioria dos tumores nesse órgão são lesões benignas, mas que podem ser super-secretoras de alguns desses hormônios. O tamanho, características, produção hormonal são todas informações importantes para definir os pacientes que irão se beneficiar da cirurgia. Nossa parceria aqui se dá com o médico endocrinologista, que fará uma avaliação hormonal completa.

           

Por fim, comento um pouco sobre o CÂNCER DE PÊNIS. Apesar de ser um câncer mais raro, infelizmente ocorre com certa frequência em nosso país, principalmente em áreas mais pobres e com difícil acesso ao sistema de saúde. Está relacionado com a má higiene e com o vírus HPV. Esse vírus é o responsável pelas verrugas genitais ou condilomas, sendo que quase 2/3 das pessoas sexualmente ativas já tiveram contato com ele. Alguns tipos de HPV são de risco aumentado para o surgimento de câncer. Portanto, conscientizar não só os jovens, mas também os adultos, para a proteção adequada com uso de preservativos, ajuda na prevenção dessa doença grave e mutilante.

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